O Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) divulgou ontem uma nota com seu posicionamento acerca dos agrotóxicos. É um documento sucinto, mas extremamente enfático e preciso: os agrotóxicos causam muitos problemas à saúde humana e ao ambiente. São produtos que, devido ao consumo crônico, mesmo em pequenas quantidades, geram efeitos como infertilidade, impotência,
abortos, malformações, neurotoxicidade, desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema
imunológico e câncer.
O posicionamento do INCA ocorre menos de um mês após a liberação da semente de milho transgênico resistente ao herbicida 2,4-D (um dos componentes do Agente Laranja), e em meio à provável aprovação do eucalipto transgênico pela CTN Bio. O Instituto ressalta em seu documento que a liberação do uso de sementes transgênicas no Brasil foi uma das medidas responsáveis por colocar o país no primeiro lugar do ranking de consumo de agrotóxicos, uma vez que o cultivo dessas sementes geneticamente modificadas exige o uso de grandes quantidades desses produtos.
A questão é tão problemática que resíduos de agrotóxicos não são encontrados apenas em
alimentos in natura, "mas também em muitos produtos alimentícios processados pela
indústria, como biscoitos, salgadinhos, pães, cereais matinais, lasanhas, pizzas e outros
que têm como ingredientes o trigo, o milho e a soja, por exemplo. Ainda podem estar
presentes nas carnes e leites de animais que se alimentam de ração com traços de
agrotóxicos, devido ao processo de bioacumulação".
Por isso, "a preocupação com os
agrotóxicos não pode significar a redução do consumo de frutas, legumes e verduras,
que são alimentos fundamentais em uma alimentação saudável e de grande importância
na prevenção do câncer. O foco essencial está no combate ao uso dos agrotóxicos, que
contamina todas as fontes de recursos vitais, incluindo alimentos, solos, águas, leite
materno e ar.
Como alternativa a esse modelo dominante na agricultura, o INCA se posiciona a favor dos cultivos livres de agrotóxicos que, do modo contrário, produzem alimentos com potencial anticancerígeno. O modelo agroecológico "otimiza a integração entre capacidade produtiva, uso e
conservação da biodiversidade e dos demais recursos naturais essenciais à vida. Além
de ser uma alternativa para a produção de alimentos livres de agrotóxicos, tem como
base o equilíbrio ecológico, a eficiência econômica e a justiça social, fortalecendo
agricultores e protegendo o meio ambiente e a sociedade".
Aqui no blog sempre divulgamos os perigos dos agrotóxicos e deixamos bem claro nosso apoio à agroecologia, pois entendemos que esse é o caminho para uma alimentação saudável e sustentável, preocupada com o meio ambiente. Veja nas palavras-chave "agrotóxicos" e "agroecologia" nossas publicações, divulgando filmes, livros, eventos e documentos em geral sobre o tema.
Para ler o documento do INCA na íntegra, clique AQUI.
Toda a divulgação desse documento é importante e necessária, ajudem a espalhar!
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