sábado, 28 de setembro de 2013

As marcas do homem na floresta: história ambiental de um trecho urbano de Mata Atlântica

Divulgo aqui o link para download gratuito do e-book As marcas do homem na floresta: história ambiental de um trecho urbano de Mata Atlântica, organizado pelo professor de Geografia da PUC-Rio, Rogério Ribeiro de Oliveira, cujas pesquisas há tempos vêm dialogando com a história ambiental.  Trata-se de uma obra que contribui imensamente para o conhecimento das mudanças históricas na paisagem do Maciço da Pedra Branca - que faz parte do Parque Estadual da Pedra Branca - uma das últimas grandes porções da Mata Atlântica na cidade do Rio de Janeiro.

Foto aérea do Maciço da Pedra Branca. Fonte: Rogério de Oliveira   

       As marcas do homem na floresta: história ambiental de um trecho urbano de Mata Atlântica faz uma análise interdisciplinar das resultantes de ocupação históricas na zona oeste do Rio de Janeiro, em especial na região do maciço da Pedra Branca e no bairro do Camorim. Revela que no período colonial, época em que a população da cidade ainda era bastante reduzida, a produção de açúcar exigiu um consumo relativamente alto de recursos florestais; traça, também, o caminho de Magalhães Correia, um dos primeiros a descrever, no periódico O Sertão Carioca, da década de 1930, a vida dos moradores dessa região; e, ainda, fala dos efeitos, para a região, da expansão desordenada de atividades econômicas agro-pastoris das últimas décadas.


Carvoaria do século XIX, hoje coberta pela vegetação.
Fonte: Rogério de Oliveira.
        O livro está divido em seis capítulos que, um por um, tratam das marcas deixadas por cada um dos “instrumentos” utilizados pelo homem em sua expansão territorial, tais como a enxada (no desenvolvimento da agricultura), o machado (na época dos engenhos), e a fumaça (que chega com a indústria).
      Segundo o professor Rogério de Oliveira, em entrevista à Editora PUC-Rio, o interesse em publicar o livro surgiu a partir de um projeto financiado pela Sociedade Brasileira de Educação e pela Fundação Padre Leonel Franca. A ideia básica era estudar uma região, o Camorim (nas vargens da Barra da Tijuca), que estava, e ainda está, em um grande processo de transformação, cujos moradores simplesmente não tinham acesso ao estudo ou contavam com um mercado de trabalho em que predominava o subemprego. A ideia era trabalhar a sustentabilidade e o meio ambiente, desenvolvendo programas de inclusão apoiados pelo Nima (Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente) e pelos departamentos de Serviço Social e de Geografia da PUC-Rio. 

Ruína de fundação de casa do século XIX. Fonte: Rogério de Oliveira

        Foram realizadas várias oficinas com os jovens da região, que participaram, posteriormente, da pesquisa do livro, analisando as “marcas do homem” na região conosco. O programa se estendeu até as donas de casa, que fizeram parte de turmas de inclusão digital e de paleografia, que é a interpretação de documentos antigos a partir da compreensão da caligrafia utilizada. Com o conhecimento, foram ao mosteiro de São Bento e analisaram 200 anos de Estados da Ordem – registros históricos trienais feitos pelos monges que viviam ali desde o século XVII, nos quais constam dados como a população de escravos, a quantidade de lenha que se derrubava e a de açúcar que era produzido, entre outras informações. O resultado está no livro.


Faça download do livro:



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