domingo, 20 de julho de 2014

Para salvar as abelhas: Bee or not to be

Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora. 
Sem flora, não há animais, e sem animais não haverá raça humana. 
Albert Einstein (1879-1955)



Já faz tempo que cientistas alertam para a morte das abelhas em todo o mundo. O fenômeno é chamado de "síndrome do desaparecimento das abelhas" (CDD), que afeta a memória e o senso de direção desses insetos: ao sair para coletar néctar e pólen no campo, não conseguem mais voltar para suas colmeias.


Entre as possíveis causas, os pesquisadores vêm apontando doenças, fungos, vírus, mudanças climáticas, deficiências nutricionais e agrotóxicos. Especialmente danosos para as abelhas são os chamados "pesticidas neonicotinóides". Segundo artigo do professor Dave Goulson (University of Stirling, UK), publicado em 2013, a LD 50 de alguns desses pesticidas é de apenas 5 nanogramas. Isso quer dizer que basta uma dose diminuta para matar metade dos insetos expostos a eles. As abelhas são afetadas ao polinizar plantas que receberam aplicações desses agrotóxicos. 



Demonstrando preocupação com as consequências do uso dos neonicotinóides para as abelhas, a União Europeia suspendeu seu uso por dois anos, desde abril de 2013. Recentemente, o Reino Unido divulgou estratégia nacional para proteger os polinizadores. 

Autoridades e pesquisadores de todo o mundo estão preocupados, porque as abelhas são essenciais à agricultura. A polinização é essencial para a reprodução das plantas. Segundo a OMS, 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por alguma espécie de abelha. A citação de Einstein acima expressa a importância desses insetos para a vida no planeta e para a humanidade.

Na tentativa de conter a mortandade de abelhas, um grupo de cientistas brasileiros, liderados pelo professor aposentado da USP Lionel Gonçalves, resolveu empreender uma campanha de alerta - "Bee or not to be". No site http://www.semabelhasemalimento.com.br/, é possível assinar uma petição, e acessar uma série de iniciativas para divulgar a importância de se proteger as abelhas, inclusive materiais didáticos. 



O grupo lançou também uma plataforma online, Bee Alert, para que apicultores, meliponicultores e a comunidade científica possam registrar e documentar ocorrências de perda e desaparecimento de abelhas em todo o mundo. A informação gerada de forma colaborativa contribui para o estudo deste fenômeno, e representa grande contribuição ao esforço de proteção às abelhas. Assista também ao programa Caminhos da Roça sobre o problema e a importância da iniciativa Bee or not to be AQUI.




Fica o convite para que todos se envolvam e colaborem com a plataforma, quando souberem de ocorrências de morte de abelhas. Esses insetos tão especiais, além de produzirem o delicioso mel e nos brindarem com a polinização das plantas, indispensáveis à nossa alimentação, merecem a dádiva da vida, tanto quanto nós e todos os outros seres. Não temos o direito de causar o desaparecimento das abelhas, pelo uso de produtos tão danosos. Até porque, sem elas, a humanidade também corre risco de desaparecer. 

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