Artigo muito interessante,
publicado no Outras Palavras, sobre a questão energética, que reproduzo aqui.
A possível economia pós-petróleo
A grande
maioria das pessoas, em todo o mundo prefere energias renováveis a combustíveis
fósseis e centrais nucleares. É o que demonstram, cada vez mais, as pesquisas
globais de opinião pública, e é por isso que as sociedades estão se opondo a
projetos de extração de combustíveis e reivindicando alternativas mais limpas,
em todo o mundo.
“Isso é
ótimo – dizem os defensores dos combustíveis fósseis – e, claro, todos queremos
energias limpas um dia, mas por enquanto precisamos de carbono, petróleo e gás,
porque os combustíveis renováveis não podem abastecer o planeta. Queimar carvão
é um mal necessário; não há escolha exceto extrair até mesmo betume das rochas,
ou praticar fracking sob os parques nacionais, ou sondar o Oceano ártico, ou
explodir montanhas com depósitos de hidrocarbonetos. É uma vergonha, mas que
fazer?”
Os
defensores das energias limpas defrontam-se, em qualquer parte e todos os dias,
com estes velhos argumentos. Mesmo sabendo que não são verdadeiros, não é fácil
respondê-los sem fazer referência a longos textos de pesquisa ou relatórios
herméticos, que poucas pessoas estão dispostas a ler.
É por isso
que a Rede Britânica de Rochas Betuminosas desenvolveu um novo
website e infográfico, intitulado Dois Futuros Energéticos. Ele articula todos os fatos
e números relevantes visualmente. Permite compreender, num olhar, que é
perfeitamente possível assegurar a todos no planeta boa qualidade de vida,
movida inteiramente com energias renováveis – e evitando, assim, o aquecimento global.
Em contraste, também mostra o futuro (francamente terrível) para o qual
caminhamos, segundo reconhece a Agência Internacional de Energia, caso as
empresas e governos mantenham seus padrões atuais. Neste cenário, graves
mudanças potencialmente devastadoras são inevitáveis.
Nosso modelo
de um futuro mais limpo e mais justo difere dos cenários de “baixo carbono” num
aspecto importante. Ao invés de partir do modelo em vigor, profundamente
desigual, partimos dos princípios e fizemos a seguinte questão: de quanta
energia realmente necessitamos para assegura boa qualidade de vida? O último
relatório do Centro de Tecnologia Alternativa (“Reino Unido com Carbono Zero:
Repensando o Futuro”) traz uma excelente análise sobre o volume de
eletricidade, aquecimento e combustíveis líquidos necessários, por pessoa, para
uma vida de baixa energia, porém “padrão nórdico” – isto é, com geladeiras,
hospitais, trens e cinemas. Significa que tomemos todas as decisões
inteligentes conhecidas em relação a melhora do transporte público, uso
reduzido de automóveis e aviões, casas termicamente isoladas e menos
consumismo.
Mar era
preciso saber quanta energia pode ser gerada globalmente, a partir de
diferentes fontes renováveis. Para isso, usamos as estimativas do renomado
livro de Davi Mackay, Sustainable Energy Without the Hot Air, bem
avaliado pela maioria dos estudiosos de energia. O cruzamento das informações
mostra que as atuais tecnologias renováveis já permitem estender este padrão a
todo o planeta, mesmo levando em conta o crescimento populacional.
Há, é claro,
alguns importantes alertas. Não basta trocar as fontes. O planeta precisa de
uma partilha mais justa da energia globalmente produzida. As tecnologias de
fontes renováveis só podem mover o mundo se os muito ricos reduzirem seu
consumo, para que todo o planeta atinja um nível sustentável. Além disso, em
nosso modelo, há um pequeno espaço para o uso nobre do petróleo, como
matéria-prima para produtos químicos e plásticos. Também consideramos o recurso
a fontes agro-energéticas, para os casos em que os combustíveis líquidos são
insubstituíveis, e como reserva para geração de eletricidade em períodos de
alta demanda.
Mas, visto
em seu todo o cenário é muito positivo. Outro futuro energético é certamente
possível. Ele pode realizar-se? Depende de nossa capacidade de agir e fazê-lo
acontecer. Há muitas pessoas no mundo já envolvidas na luta por um futuro mais
justo e mais limpo. Nosso site procura ajudá-las a mostrar que o futuro pelo
qual se empenham é viável. Trata-se de um passo crucial para traçar uma rota de
transição.
Evidentemente,
nosso modelo não é o único futuro seguro. Não pretendemos ter todas as
respostas corretas. Mas podemos afirmar com segurança que o planeta e as
sociedades já dispõem de tecnologias para oferecer a todos os habitantes uma
vida digna sem o uso de carvão, rochas betuminosas, fracking ou a extração de
petróleo do Ártico. Ainda mais importante: sem desencadear um desastre
climático irreversível.
O futuro
real provavelmente será diferente das duas opções apresentadas em nosso
gráfico. Mas não deixe ninguém dizer que “precisamos” de combustíveis fósseis
para dar energia ao mundo. Não precisamos.
Artigo no
Outras Palavras: http://outraspalavras.net/capa/a-possivel-economia-pos-petroleo/
Muito interessante esse post, adorei! abraços e boa semana!
ResponderExcluirConfiram a dica de saúde de hoje!
http://www.vivaverdevivabem.blogspot.com.br/2013/08/dica-de-saude-fibras-do-tipo-soluveis.html